quarta-feira, 25 de novembro de 2009

CURRICULO TEATRAL DE CAMILO DE OLIVEIRA - PRINCIPAIS PEÇAS DE TEATRO


PRINCIPAIS PEÇAS DE TEATRO(Desde que veio para Lisboa)

1951 - LISBOA É COISA BOA
Coliseu dos Recreios

1951 - Ó PAPÃO VAI-TE EMBORA
Teatro Variedades

1952 - PORTUGAL ESPANHA
Teatro Variedades

1953 - SAIAS CURTAS
Teatro Maria Vitória

1954 - CALA O BICO
Teatro Maria Vitória
(Camilo de Oliveira foi despedido pouco tempo depois da estreia desta revista, segundo contou-me o Camilo, Eugénio Salvador despediu-o por o Camilo ter muito talento e por fazer rir mais que a primeira figura que era o Salvador).

1954 - VIVA O HOMEM
Teatro Avenida

1955 - MELODIAS DE LISBOA
Teatro Monumental

1956 - DAQUI FALA O ZÉ
Teatro ABC

1956 - A TORRE ENCANTADA
Teatro ABC

1957 - JÁ CÁ CANTA
Teatro ABC

1957 - MÚSICA, MULHERES E...
Teatro Monumental

1958 - ABAIXO AS SAIAS
Teatro Maria Vitória

1958 - UMA NORA IDEAL
Teatro Monumental

1959 - CHAMPANHE SALOIO
Teatro Variedades

1960 - ACERTA O PASSO
Teatro ABC

1961 - DE PÉ ATRÁS
Teatro ABC

1961 - NÃO BRINQUES COMIGO
Teatro ABC

1961 - O TRUNFO É ESPADAS
Teatro ABC

1962 - COM SAL E PIMENTA
Teatro ABC

1962 - O GESTO É TUDO
Teatro ABC

1963 - Ó PÁ, NÃO FIQUES CALADO
Teatro Maria Vitória

1963 - VAMOS Á FESTA
Teatro ABC

1964 - TODOS AO MESMO
Teatro Maria Vitória

1965 - E VIVA O VELHO
Teatro Maria Vitória

1965 - SOPA NO MEL
Teatro Maria Vitória

1966 - ESTA LISBOA QUE EU AMO
Teatro Monumental

1966 - TUDO Á MOSTRA
Teatro Maria Vitória

1967 - DUAS PERNAS... 1 MILHÃO
Teatro Capitólio

1967 - COMO VENCER NA VIDA SEM FAZER FORÇA
Teatro Capitólio

1968 - LISBOA É SEMPRE MULHER
Teatro Monumental

1969 - RI-TE RI-TE
Teatro Monumental

1970 - QUANDO ELA SE DESPIU
Teatro Variedades

1970 - ALTO LÁ COM ELAS
Teatro ABC

1971 - FRANGAS NA GRELHA
Teatro ABC

1972 - UMA CAMA PARA TODA A GENTE
Teatro Monumental

1973 - MULHERES É COMIGO
Teatro Monumental

1973 - UM PADRE Á ITALIANA
Teatro Variedades

1973 - O PRINCIPE E A CORISTA
Teatro Laura Alves

1974 - ISSO NÃO SE FAZ Á TIA
Teatro Capitólio

1975 - PASCOAL
Teatro Villaret

1976 - AS COISAS QUE UM PADRE FAZ
Teatro Monumental

1978 - ALDEIA DA ROUPA SUJA
Teatro Variedades

1979 - ALô LISBOA, DAQUI PORTO
Teatro Sá da Bandeira

1979 - ISSO É QUE ERA BOM
Teatro Variedades

1980 - NÃO DEITES FOGUETES
Teatro Variedades

1981 - VIRGEM ATÉ CERTO PONTO
Teatro Variedades

1983 - HÁ MAS SÃO VERDES
Teatro Variedades

1985 - CORONEL EM DOIS ACTOS
Teatro Variedades

1987 - CÁ ESTÃO ELES
Teatro Laura Alves

1989 - AS CALCINHAS AMARELAS
Teatro Variedades

1990 - AI... CAVAQUINHO
Teatro ABC e Capitólio

1992 - ISTO É QUE VAI UMA CRISE
Digressão pelo País

1992 - TOMA LÁ QUE É DEMOCRÁTICO
Digressão pelo País

1993 - O PADRE PIMENTINHA
Teatro Villaret

1994 - AO QUE NÓS CHEGÁMOS
Teatro Variedades

1996 - CAMILO & FILHAS
Teatro Maria Vitória

2000 - CERTINHO E DIREITINHO
Digressão pelo País

2003 - O PADRE CAMILO
Sociedade Recreativa Os Vinhais e Sociedade Filarmónica de Recreio Alverquense.

2008 - O MEU RAPAZ É RAPARIGA
Digressão pelo País


Para fazer esta Cronologia, foram precisos 4 anos, e note-se que não estão todas as peças, as minhas fontes são, vários livros, revistas e jornais, actores e amigos que trabalharam com o Camilo, e do próprio Camilo que quando na última reunião que tive com ele, leu e disse-me estar tudo correcto.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

O INICIO DE CARREIRA DE CAMILO DE OLIVEIRA




"A primeira vez que eu entrei em palco, era uma peça dramática tinha os meus nove ou dez anos e foi uma desgraça, fazia um filho de um condenado, que era o meu pai fazia esse papel, e a minha mãe ensinou-me a dizer uma oração em palco, eu chegava ao palco com a minha mãe ele estava precisamente na sala de audiencias onde ia ser julgado então ajoelhava-me e tinha que dizer a oração e havia o ponto que era a minha tia, então ajoelhei-me ao pé do ponto, só tive tempo de dizer duas palvras, tive um desarranjo intestinal tão grande, tão grande...acontece não é? O pior disso é que recebia vinte e cinco tostões, nesse dia não recebi nada e quando cheguei ao camarim do meu pai deu-me dois estalos, mas ei não tive a culpa."

Foi aqui o começo da sua carreira, porem camilo viveu sempre com o pai e com a sua madrasta.

"A minha mãe morreu quando eu era criança. Os meus primeiros passos em teatro, foi a tocar viola e a cantar... cantava umas brincadeiras e as miúdas gostavam de ouvir aquilo, e cantava todas as noites, tive a minha carteira profissional aos 16 anos, mas só comecei a trabalhar a sério com 17 anos, no teatro. A opurtunidade de seguir uma carreira no teatro foi algo que surgiu de uma forma natural, mas felizmente consegui um curriculo extenso, tendo feito 47 revistas e tendo trabalhado 43 anos só no Parque Mayer. Antigamente, costumava fazer teatro e só de vez em quando é que fazia televisão, mas agora actuo normalmente para televisão e só por vezes é que faço teatro. Estreei-me na companhia onde estava o Estevão Amarante, que por sinal morreu no Sá da Bandeira, estava eu a fazer uma peça e vim sustituir um actor que falhou. Depois fui para o Porto como terceiro actor."

A seguir Camilo decide vir para Lisboa, á conquista de uma carreira de sucesso, mas como o próprio me afirmou, não foi nada fácil.

"Depois estive seis meses sem trabalhar fazia uns biscates para sobreviver, depois as coisas mudaram e a primeira revista que fiz, estávamos no ano de 1951, chamava-se "Lisboa é Coisa Boa", No Coliseu dos Recreios, onde eram exibidas as chamadas revistas de Verão. Tive uma aprendizagem, fiz de tudo no teatro, como actor, como homem de montagem até. Tenho muita experiÊncia, e hoje, quando dirijo uma companhia, só não digo, como faço mesmo as coisas. Vim para Lisboa, tive muitas dificuldades, imensas até, isso deu-me uma tarimba, e comecei por fazer coisas muito boas. Era um ilustre desconhecido na altura e isso foi o grande problema de chegar até ao público. Essencialmente fiz muita revista. E finalmente veio a televisão. E com a televisão tornei-me, posso dizer, independente. Praticamente hoje ainda vivo daquilo que fiz na televisão. E foram na verdade os programas de maior audiÊncia, aqueles que o público sempre gostou. A televisão deu-me uma estabilidade grande, pois só assim consegui fazer todo o teatro que quis. Porque foi esse mesmo público que me elegeu, e a esse público sempre dei o melhor de mim."

CONTINUA

A INFÂNCIA DE CAMILO




Camilo VenÂncio de Oliveira nasceu a 23 de Julho de 1924, em Buarcos Figueira da Foz. Bisneto, neto e filho de actores e empresários, nasceu no camarote da direcção do Teatro Grupo Caras Direitas, cujo actual ainda conserva na porta, do então camarote uma placa com as seguintes palavras "Aqui nasceu o actor Camilo de Oliveira". Depois de ter dado os primeiros passos, como actor, na companhia "Rentini", pertencendo á sua familia, um teatro desmontável com capacidade para 1200 pessoas.

"O meu bisavÔ, avÔ e o meu pai eram actores e empresários e na altura em que eu nasci estavam a representar Inês de Castro, o meu pai fazia de D. Pedro e a minha mãe de Inês de Castro, já com uma barriga enorme e acontece que vem a hora do parto, e ela começa aos gritos, e então levaram-na para o camarote da direcção que era o único lugar que tinha comodidade onde havia um sofá e foi ali onde nasci. Nasci em Buarcos e baptizei-me na Figueira da Foz."

Camilo de Oliveira confessa ter sido uma criança traquina, diz ter vivido a infãncia com o diabo no corpo. Nas aulas levava tareia dos colegas, mas no recreio era ele que lhes batia.

"Era o mais irrequieto que se possa imaginar, parecia que tinha o diabo no corpo, nas aulas, os meus colegas costumavam bater-me, mas no recreio era eu quem lhes batia. Os meus pais não me costumavam bater muito, puxavam-me as orelhas e castigavam-me de outras maneiras...se eu fizesse asneiras, como o meu maior prazer era comprar rebuçados, não me deixavam."

Foi também durante a infãncia que descobriu que queria ser actor e que teve as suas primeiras experiÊncias, algumas até engraçadas.

"Sim já brincava... um pouco a sério. Como toda a gente sabe o meu pai tinha uma companhia e eu já participava nos espectáculos. O meu primeiro cachet foi de cinco escudos, por fazer uma pequena intervenção numa peça, quase que entrava mudo e saía calado."

Quanto aos seus brinquedos de criança diz que nunca teve brinquedos, brincava com os brinquedos dos outros.

"Nunca tive brinquedos. Brincava com as coisas dos outros. Gostava de jogar ao pião e ao berlinde, sempre gosteide brincar com os rapazes mais velhos do que eu. Aos sete anos só brincava com rapazes de dezasseis ou dezassete anos."

CONTINUA